A volta de Donald Trump à presidência dos EUA em 2025 reacende tensões políticas e comerciais com o Brasil. Com uma postura protecionista e intervencionista, Trump impôs tarifas elevadas às exportações brasileiras, medidas que impactam diretamente diversos setores da economia.
Neste artigo, você verá os principais efeitos dessa relação turbulenta, os cenários esperados, e como o Brasil pode reagir diante dessa nova fase.
Índice
Tarifas bilaterais a partir de 10% até 50%
Em abril, Trump anunciou uma tarifa de 10% sobre exportações brasileiras. No entanto, em julho, a medida foi ampliada para até 50% em grande parte dos produtos, incluindo carne, café e suco de laranja. Essa escalada gerou forte reação nacional e internacional, além de ameaçar parcerias importantes entre os países.
Embora esses impostos afetem diretamente setores estratégicos, algumas categorias, como aeronaves da Embraer e minério, foram parcialmente isentas.
Setores mais impactados: agronegócio, indústria e commodities
Os setores mais afetados são aqueles com grande presença no mercado americano:
- Agronegócio: exportações de carne (perdas estimadas em US$ 1,3 bilhão apenas no segundo semestre de 2025) e de suco de laranja (mais de 40% das vendas ao exterior são para os EUA) enfrentam grave risco de perda de competitividade.
- Indústria de base: produtos siderúrgicos e de metalurgia perdem mercado face a concorrentes sem tarifa, o que pode gerar demissões em estados como Minas Gerais e São Paulo.
Essas perdas podem implicar redução de produção, emprego e investimentos, e até impacto negativo no PIB brasileiro.
Reação diplomática e via jurídica: OMC, reciprocidade e diálogo
O governo brasileiro optou por caminhos diplomáticos e jurídicos. Ele abriu consultas na Organização Mundial do Comércio (OMC), argumentando que as tarifas violam regras multilaterais.
Além disso, com a aprovação da Lei de Reciprocidade Comercial em 2025, o Brasil tem respaldo legal para impor tarifas retaliações equivalentes aos EUA. O presidente Lula declarou que está aberto ao diálogo, mas não aceitará interferências judiciais ou políticas internas.
Efeitos macroeconômicos: dólar, inflação e política monetária
A reação nos mercados foi rápida. Houve alta do dólar, queda do Ibovespa e aumento da expectativa de inflação no Brasil, além dos EUA enfrentarem riscos de estagflação. Consequentemente, o Banco Central do Brasil pode ser pressionado a elevar a taxa Selic, aumentando os custos de crédito e freando investimentos internos.
Embora os Estados Unidos incrementem tarifas, ainda possuem superávit bilionário com o Brasil (US$ 28,6 bilhões em 2024) o que expõe a arbitrariedade das medidas.
Reação política interna: mobilização social e fortalecimento de Lula
Doméstica e internacionalmente, as ações de Trump foram vistas como politicamente motivadas, sobretudo por sua aparente defesa de Jair Bolsonaro. Isso gerou uma onda de protestos no Brasil, com destaque para o fenômeno cultural do “vampetaço” nas redes sociais, usando memes para criticar Trump e reforçar o nacionalismo brasileiro.
Como resultado, houve uma mobilização que fortaleceu a imagem de Lula como defensor da soberania, enquanto a família Bolsonaro perdeu apoio político.
Variações regionais e impacto nos estados exportadores
Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais concentram cerca de 70% das exportações brasileiras para os EUA. Por isso, enfrentam efeitos mais intensos com quedas nas vendas de commodities e máquinas. Já as regiões menos dependentes de exportações diretas podem sentir impactos menos diretos, mas ainda sofrem com efeitos macroeconômicos como inflação indireta e desaceleração do consumo.
Cenários de mitigação e diversificação estratégica
Apesar do choque, o Brasil busca alternativas:
- Diversificação de mercados, com aumento das exportações para Ásia, União Europeia e parceiros BRICS;
- Implementação de políticas de apoio setorial, como crédito subsidiado e incentivo à atratividade interna nos setores afetados;
- Possíveis retaliações a empresas e serviços americanos, incluindo tributação sobre big techs presentes no Brasil como forma de retaliação econômica alternativa.
Oportunidades de longo prazo: posicionamento geopolítico e inovação
Além da crise, esse choque pode fortalecer o papel do Brasil como líder do Sul Global no BRICS, estimulando integração econômica e tecnológica com países emergentes. Por outro lado, servirá de alerta para que o Brasil invista em inovação, automação e valor agregado nas exportações, reduzindo exposição a barreiras comerciais externas.
Principais riscos e pontos de atenção
- Desemprego nas cadeias exportadoras, especialmente agroindustrial e siderúrgica;
- Risco inflacionário interno, com aumento de preços ao consumidor;
- Redução de receitas cambiais, causando pressão sobre reservas e câmbio;
- Possível escalada em retaliações comerciais que prejudique empresas que dependem do mercado americano.
Conclusão
A relação entre Trump e Brasil em 2025 inaugura um capítulo conturbado de choque comercial, político e ideológico. Tarifas elevadas ameaçam setores produtivos e podem desestabilizar indicadores macroeconômicos, mas o Brasil não está desamparado.
Com reservas robustas, diversificação de exportações, bases legais para resposta e posicionamento diplomático firme, o país tem mecanismos para mitigar os impactos, embora os efeitos sobre emprego e inflação exijam atenção.
Nesse cenário, a competitividade global, a inovação e o escritório diversificado se tornam as chaves para resistir e prosperar. A crise expõe vulnerabilidades, mas também estimula a busca por pluralidade de parceiros e fortalecimento interno.
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